Por: Maria Odete Madeira
Mitos, sonhos, racionalidades, crueldades e dignidades cruzam-se nos fluxos de redes computorizadas, deslocando padrões caleidoscópicos de neurónios e sinapses. Pontos e teias mórficas, actualizados(as) em múltiplas versões, traduções, edições, exemplares e cópias.
Cada ponto e cada teia compõem uma paisagem semântica, articulável, móvel e acidentada. São as palavras dos outros, são as nossas palavras, são os fragmentos que associamos, sentidos que descobrimos e outros que apagamos, passagens que conectamos e outras que desconectamos e são os espaços brancos que com indiferença olhamos, mas que sem os quais não haveria texto, textos. Textos onde legitimidades, legalidades e interditos se misturam, abrindo caminhos a hipertextos em que linearidades se quebram e texturas de sentidos se cartografam, constituindo reservas estratégicas projectivas, múltiplas, disponíveis, reconfiguráveis e silenciosamente estruturantes.
O que são hipertextos? São textos produzidos a partir de textos iniciais dos quais se constitui reserva textual arbitrária projectiva, metamórfica, disponível, trajectiva, estratégica, memética, mimética.