quinta-feira, 18 de junho de 2009

Ordinem rerum

“Ordinem rerum, Zenobi cum sequi ac tenere cuique proprium, tum uero uniuersitatis, quo coercetur hic mundus et regitur, uel uidere uel pandere difficillimum homnibus atque rarissumum est” (Saint Augustine, De Ordine, Liber Primus).

To follow and observe the order of the things, Zenobe, that order which is proper of each one, and to see and make clear that order that regards the set, that contains this world and governs it, is very much difficult and rare for the men. (A translation that was adapted to a better reading and comprehension.).

Seguir e observar a ordem das coisas, Zenóbio, a que é própria de cada um, e ver e tornar clara a que respeita ao conjunto, que contém este mundo e o governa, é muitíssimo difícil e raro para os homens.

domingo, 14 de junho de 2009

yawning gap...

Por: Maria Odete Madeira

“Silêncio Eu ofereço para todo o parentesco abençoado (…)”

"Nos primeiros tempos Ymir viveu:
Sem mar, sem terra sem ondas salgadas, nem havia Terra, nem o céu acima,
Mas um penoso vazio, e verde não havia em parte alguma."
Ancien Edda


“Of old was the age when Ymir lived; Sea nor cool waves nor sand there were; Earth had not been, nor heaven above, But a yawning gap, and grass nowhere”
Poetic Edda


It is a non-presence… it is the simulacrum of a presence.
It displaces itself, transfers itself, resends itself.
The erasing belongs to it as ontological condition.
It is the erasing that drags and reinscribes it as a false entrance… as a false exit… and still part of the game, function of the system, relation to the other… to the others… to whatever presences… relation to whatever absences.
It is the Nothing… it is being nothing… it is an interval… it is an opening… it is... “yawning gap”.

É uma não-presença… é o simulacro de uma presença.
Desloca-se, transfere-se, reenvia-se. 
O apagamento pertence-lhe como condição ontológica. 
É o apagamento que o arrasta e reinscreve como uma falsa entrada… como uma falsa saída… e ainda parte do jogo, função do sistema, relação ao outro… aos outros... a quaisquer presenças… relação a quaisquer ausências.
É o Nada… é ser nada… é um intervalo… é uma abertura… é... "yawning gap".

segunda-feira, 1 de junho de 2009

textos e hipertextos

Por: Maria Odete Madeira

Mitos, sonhos, racionalidades, crueldades e dignidades cruzam-se nos fluxos de redes computorizadas, deslocando padrões caleidoscópicos de neurónios e sinapses. Pontos e teias mórficas, actualizados(as) em múltiplas versões, traduções, edições, exemplares e cópias.

Cada ponto e cada teia compõem uma paisagem semântica, articulável, móvel e acidentada. São as palavras dos outros, são as nossas palavras, são os fragmentos que associamos, sentidos que descobrimos e outros que apagamos, passagens que conectamos e outras que desconectamos e são os espaços brancos que com indiferença olhamos, mas que sem os quais não haveria texto, textos. Textos onde legitimidades, legalidades e interditos se misturam, abrindo caminhos a hipertextos em que linearidades se quebram e texturas de sentidos se cartografam, constituindo reservas estratégicas projectivas, múltiplas, disponíveis, reconfiguráveis e silenciosamente estruturantes.

O que são hipertextos? São textos produzidos a partir de textos iniciais dos quais se constitui reserva textual arbitrária projectiva, metamórfica, disponível, trajectiva, estratégica, memética, mimética.