A língua de um povo, de cada povo, é um sistema autónomo activo estruturante de signos articulados e (inter)relacionados que transcende os actos individuais da fala, localizando-se no fundamento da identidade desse povo, de cada povo, no que diz respeito ao seu pensamento, sentimentos, crenças, cognição, autonomia, arbítrio,…,… .
quinta-feira, 14 de janeiro de 2010
Contra o acordo ortográfico
terça-feira, 22 de dezembro de 2009
...dianoia...
RT @physorg_com Machine Translates Thoughts into Speech in Real Timehttp://www.physorg.com/news180620740.htmlabout 2 hours ago from webRetweeted by you”
…cursum sapientae est logos spiritu aerium… lithos verbum…
...when the “Sophist” (Plato) uses the term dianoia he establishes an identity between thinking and speech, to the “Sophist” the only thing that distinguishes dianoia from logos is the fact that dianoia is the inner logos that the soul (alma, anima) has with itself and that because of that received the name of thought (pensamento, cogitatio).
maria odete madeira
domingo, 20 de dezembro de 2009
...o aí-do-ser...
A antecipação do futuro, a recuperação do passado e a abertura do presente constituem, no pensamento de Heidegger, experiências da descoberta humana do sentido do ser do Dasein, a saber: a sua temporalidade, o aí-do-ser , o topos da descoberta do ser, posto na existência enquanto ser-o-aí, ou seja: ser ente, ser aquele, ou aquela coisa que se refere e aborda o próprio ser, enquanto diferença ontológica do mesmo ser projectada para o futuro antecipado… perdendo-se na decadência do presente que vive a angústia de ter sido.
sábado, 19 de dezembro de 2009
... rastos e restos...
Ambiguidades referenciais e códigos transculturais deslocam-se nas sociedades online, através de populações invasivas e evasivas de memes híbridos, fragmentadores, turbulentos, truculentos e virulentos.
Visões e alucinações de neurónios e sinapses desdobram-se em prismas manipuláveis, num duplo jogo projectivo delirante de autonomias e heteronomias.
Signos, símbolos, ideias, conceitos e preconceitos são permanentemente actualizados, em múltiplas e ambíguas versões, traduções, exemplares e cópias, arrastando consigo paisagens de significados rizomáticos e acidentados, apoiados em suportes diferenciais, cartografados por redes de rememorações transfiguradas e reconfiguradas, assimiláveis a rastos de restos…
Passantes e errantes, geneticamente dobrados, atomizados, virtualizados, empacotados e destinados a espaços acelerados, pulverizados por avalanches metamorfoseantes de informação, nós todos: entes, entidades ou coisas somos e estamos aí perante o mundo e perante nós, percepcionados e interpretados como sistemas de rastos de restos que circulam, em interface de sobrevivência, pelos intervalos da criação que o criador parece ter esquecido.
Se o mundo for um efeito do cálculo divino…, haveria mundo se o cálculo estivesse correcto, completo, acabado, perfeito, esférico?! Haveria mundo sem o rasto do resto do cálculo divino?
segunda-feira, 7 de dezembro de 2009
…,hipertextualizando…,
Quaisquer dinâmicas hipertextuais dependem de redes sintácticas/semânticas formativas, vinculadas a situações de uso, comprometidas com referências comunicacionais rotativas, deslocadas por topologias multitemporais híbridas, condicionadas por valores de referência, em processos de radicularidade eidética com efeitos pragmáticos ao nível das eficácias, em processamentos cognitivos, dos quais não se exclui ontologias de risco sistémico.
segunda-feira, 30 de novembro de 2009
Ser sujeito...
Por: Maria Odete Madeira
A tradição filosófica ocidental está profundamente enraizada na noção de sujeito. Diz-se de um indivíduo humano que o mesmo é, também, um sujeito e, assim, um referente em permanente interface relacional cognitiva.
Ser sujeito é estar em permanente actividade relacional reflexiva projectiva. A produção de subjectividade faz-se intersubjectivamente, sem se dissolver nessa intersubjectividade.
Aquilo que em cada sujeito humano é designado por identidade e pessoalidade, disponível desde o nascimento e que inclui os elementos da história de cada sujeito, em permanente interface com o meio, baseia-se nas memórias autobiográficas dos respectivos sujeitos, construídas ao longo dos seus anos de vida e sempre condicionadas pelos limites genéticos, relacionados com as condições iniciais originantes que determinaram a topologia individuante de cada um.
Cada indivíduo é único na sua subjectividade e é como tal que deve ser referido, ou seja, naquilo que originariamente o põe em movimento como comportamento aberto aos outros indivíduos, aos objectos, às coisas e ao meio com os quais (e o qual) interage.
Quando pensamos em conhecimento, temos, igualmente, de pensar em noções de subjectividade, dobradas nos processos cognitivos, com efeitos observáveis aos níveis da criatividade e diversidade, implicadas no crescimento e desenvolvimento do mesmo conhecimento.
Os diferentes e diversos sinais que trocamos permanentemente uns com os outros, de forma explícita ou implícita, solicitam a nossa capacidade de antecipação e projecção, a partir de formas particulares de percepção que (co)envolvem acções, objectivos e estratégias.
Somos capazes de extrair, armazenar, avaliar, comunicar e debater conhecimentos ao nível do grupo social (Changeaux, 2002), assim como estamos disposicionalmente dotados não só para captar sinais provenientes de várias origens como para os processar, transformando esses sinais em conhecimento.
Deste modo, cada organismo humano, enquanto posição rotativa de si, permanece num estado de abertura, a partir do qual capta e regista, perspectivicamente, todos os sinais que descrevem as relações do mesmo organismo (de cada organismo) com tudo aquilo que lhe é exterior, sendo consideradas, também, nessas relações, as reacções orgânicas que ocorrem durante o processo, transformando, assim, em conhecimento as relações interactivas e dinâmicas, sinalizadas e captadas em processos e situações que (co)envolvem acções, reacções, decisões, estratégias e escolhas.
Todo o acto cognitivo é acerca de uma ou mais relações, e, assim, é sempre uma abertura para a presença de algo, alguém ou alguma coisa.
Este acerca de nunca é neutro, está projectivamente comprometido e condicionado por e com uma intencionalidade que aponta para uma relação sinalizada.
Apontar é também um orientar-se para coisas, situações ou processos aí no mundo, nos seus modos de existência em relação uns com os outros e com o próprio mundo (Heidegger, 1969).
quinta-feira, 5 de novembro de 2009
Claude Levi – Strauss..., algumas citações...
“Nunca tive, e ainda não tenho, a percepção do sentimento da minha identidade pessoal. Apareço perante mim mesmo como o lugar onde há coisas que acontecem, mas não há o «Eu», não há o «mim». Cada um de nós é uma espécie de encruzilhada onde acontecem coisas.”
“Desde criança que me senti incomodado pelo irracional e, desde então, tenho tentado encontrar uma ordem por detrás daquilo que se nos apresenta como uma desordem.”
“Assim, se o mesmo absurdo se viesse a repetir uma e outra vez, e outro tipo de absurdo também noutro local, então isso seria uma coisa que nada teria de absurdo; se fosse absurdo não voltaria a aparecer (…) Esta foi a minha primeira orientação, e cifrou-se em descobrir a ordem por detrás desta aparente desordem.”
Claude Levi – Strauss in “Mito e Significado”, pp. 14; 22; 23